Recicla eu!

Recicla eu!

 

Pobre de mim

Compulsivo cidadão que só sabe dizer sim

Vive esperando o perdão

Dizendo amém e rogando, olhai por mim!

Todo dia desce morro

Sobe o morro

Qualquer dia eu morro, assim!

Bala perdida não faz curva

Acerta sempre o escolhido a ser vítima

Desta vez foi Beltrano, filho de Sicrano

Mas negro é negro, de noite ou de dia sempre é suspeito

Nessa sociedade de hipocrisia e seus pseudos direitos

Pobre assim, é os deuses e semi-deuses do morro

Quando sobe o camburão

No meu barraco não tem portão, mas vacilão não dá de peito!

Pode ter certeza que o horizonte é logo ali perto!

Onde deitado não existe diferença nem de cor e sexo

Onde nem branco e nem negro,

Nem rico e nem pobre,

Faz guerra!

Pobre de mim, assim compulsivo, por cultura brasileira,

Cidadão de poucas palavras e poucas letras

Vive do suor e das sobras das lixeiras

Recicla eu

Recicla eu, meu santo

Recicla eu

Sou bisneto de escravos

“Sou de lavrar chão e não asfalto”!

(Ronilson Rony 24/11/2010)

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